No método a/r/cográfico, a "Intervenção" é a etapa em que o projeto é exibido e comunicado publicamente, estabelece um ponto significativo, mas não necessariamente final, no desenvolvimento do trabalho. Este estágio permite que o a/r/cógrafo apresente os resultados da sua pesquisa e criação através de exposições, documentação escrita, apresentações e outros formatos. A intervenção é composta por três subprocessos principais e de dois processos herdados de etapas anteriores:

  1. Exposição;
  2. Catalogação;
  3. Comunicação;
  4. Feedback do público;
  5. Filtragem.

Durante todos estes processos, o a/r/cógrafo coleta e analisa o feedback do público, incorporando-o no projeto de modo a refiná-lo e aprimorá-lo em futuras intervenções. Deste modo, a intervenção pode levar a várias exposições, publicações, apresentações e a criação de documentos de media e protótipos, para garantindo que o projeto evolua continuamente.

A intervenção é fundamental para validar a hipótese do projeto a/r/cográfico. Confirma a intenção original ao utilizar o espaço tridimensional desenvolvido sobre os eixos da Estética, Aptidão e Função. Assim, a intervenção é a tese do projeto, ao concretizar a hipótese através da prática e da interação com o público, criando um impacto significativo e validando o trabalho desenvolvido pelo a/r/cógrafo (Veiga, 2020).


May 24, 2024

Exposição na Universidade Aberta

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Conceito

A exposição “Circuitos: Interconexões e percursos” é o reflexo do caminho percorrido até aqui no Doutoramento em Média-arte digital e reúne trabalhos de treze artistas/investigadores - em vários formatos e modalidades e aborda diversas matérias, temas e preocupações, -, que exploram o caráter experiencial e experimental da Média-arte digital, e de como esta traz à arte um conjunto de dualidades — digital e analógico, material e imaterial, presente e passado, determinismo e imprevisibilidade — que permitem o desenvolvimento de relações estéticas e participativas com público, mesmo em contextos que não recorrem à interação.

A exposição está pensada enquanto metáfora de um circuito elétrico aberto, que permanece adormecido até que exista uma interação do visitante com as obras. A materialização plena da experiência estética ocorre apenas quando o público fecha o circuito, ativando os artefactos.

Partindo destes pressupostos, “Circuitos: Interconexões e percursos” faz a conexão entre as diferentes caraterísticas destas obras, permitindo- lhes desenvolver relações e interações entre si, com o espaço expositivo e com os visitantes, potenciando desta forma vários níveis de leitura, interpretação e experiência das mesmas.

“Circuitos: Interconexões e percursos” apresenta uma abordagem contemporânea, com linguagens híbridas, e incorpora práticas e intervenções colaborativas e em rede, que através da interação do público, são amplificadas, potenciando desta forma a criação de novas sinergias e novos circuitos de comunicação. O enquadramento temático, que tradicionalmente caracteriza um projeto curatorial, é aqui suprimido, dando lugar à diversidade de perspetivas, interpretações e abordagens que os artistas/investigadores apresentam, individualmente, e integram nos circuitos formados pelo conjunto dos artefactos.

Desta forma, as várias possibilidades de percursos que integram esta exposição representam, simultaneamente, uma plataforma de expressão de visões criativas únicas e um lugar que promove a ligação entre os visitantes e os diferentes usos e potencialidades da Média-arte digital, desde a realidade aumentada, passando pela videoarte e até as instalações interativas.

“Circuitos: Interconexões e percursos” não é apenas um nome, mas uma experiência que materializa o espírito da exposição e celebra a colaboração, a diversidade, o diálogo interdisciplinar e a relação simbiótica entre a arte e o mundo académico e todas as possibilidades que daqui advêm.

Exposição “Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital”. O nome/título da exposição – “Circuitos” – associado ao conceito subjacente, revela-se como narrador intradiegético, i.e., surge como uma personagem nas histórias que narra ou que são narradas por outros: ganha voz ou encontra a sua voz através dos artistas-investigadores, dos artefactos, do público, do espaço, da localização geográfica e do decorrer das várias fases do projeto de curadoria colaborativa da exposição. Ao mesmo tempo, etimologicamente, circuitos (substantivo masculino) pode ser lido como: limite exterior de uma superfície ou de um espaço, contorno, perímetro; como um percurso feito à volta de algo; como uma viagem organizada (e.g. visita à exposição); série de condutores elétricos que podem ser percorridos por uma corrente elétrica.